Cuidado com a produtividade tóxica!
Final de ano, começou a correria e parece que todos os projetos e planejamento realizados anteriormente se esquecem de alguma forma de contabilizar os últimos dias do ano. O perigo destes dias do final do ano é por algum momento sua equipe entrar em um ritmo de produtividade tóxica, já ouviu falar?
Se caracteriza por uma necessidade ímpar de estar produzindo algo, seja para o trabalho, estudando, realizando alguma atividade, enfim, uma ausência total de momentos de relaxamento, um senso de urgência que atinge a coletividade.
Não adianta dizer que no próximo ano será diferente, porque depois do dia 30 de novembro o calendário deixar de contar dias e apenas um relógio em contagem regressiva surge para nos causar pânico e ansiedade.
E o mais interessante neste processo é que a pessoa não percebe que está neste estágio de ansiedade, afinal sejamos honestos, o final do ano vai acontecer como de praxe e nada irá mudar as pendências da próxima semana.
De fato a produtividade tóxica faz parte de um fenômeno social mais amplo, chamado pelo filósofo Byung Chul-Han de “sociedade do cansaço”. No livro de mesmo nome, Chul-Han define a época em que vivemos hoje como uma época em que sofremos de “violência neuronal”.
No livro, o autor argumenta os motivos pelos quais só vemos aumentar os casos de doenças como depressão, déficit de atenção com síndrome de hiperatividade, transtorno de personalidade limítrofe, e a conhecida síndrome de burnout.
E por que chegamos a tal ponto? Porque vivemos em um mundo em que somos cobrados por desempenho.
Chul-Han diz que nos tornamos “empresários” de nós mesmos. Tudo o que fazemos, seja por trabalho ou diversão, obedece a uma lógica de produtividade. Cada atividade em nosso dia deve servir à eficiência. Nosso tempo não pode ser “desperdiçado”. Não basta assistir a uma série, tem que maratonar para estar no mesmo ritmo dos seus amigos.
Outro ponto é a obsessão com o auto-aperfeiçoamento acima de tudo, seja físico, relativo ao seus conhecimentos profissionais, não existe espaço para exercer o ócio.
Domenico de Masi que há mais de 20 publicou um de seus maiores best sellers “ O ócio criativo” já destacava a importância das pausas para que a criatividade possa surgir.
Quer uma dica? Respeite seu corpo. Ele com certeza vai dar sinais quando sua produtividade deixou de ser uma vantagem competitiva e se tornou um problema.