Comunicação Não Violenta, necessária
Há alguns anos as empresas vêm investindo em treinamentos focados no desenvolvimento da Comunicação Não – Violenta. Mais do que uma tendência, isso reflete a necessidade de melhorarmos enquanto grupo para criarmos um ambiente mais favorável ao crescimento profissional e emocional de todos.
Como surgiu a Comunicação Não- Violenta?
Desenvolvida pelo norte-americano Marshall Rosenberg (1934-2015), a partir da observação e inspirado nas ações de grandes líderes como Martin Luther King Jr e Gandhi, reconhecido por usarem a comunicação como forma de pacificação de conflitos.
Somado a isto conta sua experiência pessoal, como criança judia vivenciando o período do pós-guerra, assim ele buscou criar uma metodologia comunicacional voltada para aprimorar os relacionamentos interpessoais.
Hoje, a CNV está presente em mais de 65 países, colaborando para o desenvolvimento e fortalecimento da consciência humana.
O que é CNV?
A Comunicação Não-Violenta (CNV) representa habilidades de comunicação verbal (escrita ou falada) e não verbal (gestos, expressões faciais ou corporais, imagens ou códigos) que buscam criar compaixão e empatia para fortalecer as conexões humanas. Ela ajuda a identificar em nosso comportamento do dia a dia aquele sentimento e necessidade que não foram atendidos em uma determinada situação.
Mais do que uma técnica, ou mesmo metodologia, a CNV é um exercício diário de aprendizado, focado no outro e esta mudança de perspectiva é a razão pela qual mais que uma técnica, é um exercício contínuo de consciência.
Fundamentada em 04 pilares: observação, sentimento, necessidade e pedido – e não nas palavras que são trocadas diretamente no diálogo pelos interlocutores.
E como seguir os quatro passos?
1. Observação (Ouvir)
O primeiro processo da CNV é a observação. Aqui deve ser levado em conta o contexto em que a situação está acontecendo. A CNV busca a consciência do indivíduo de separar a observação da avaliação. Ao ouvir sem o exercício do julgamento aumentamos a possibilidade de que o outro ouça a mensagem que realmente deseja ser transmitida.
2. Sentimento (Indagar)
O segundo processo da CNV é o sentimento, o maior desafio é ter consciência da emoção que é transmitida naquele momento. É preciso se permitir olhar de forma clara e assertiva todos nossos sentimentos. Trocar o que eu acho por como eu me sinto realmente.
3. Necessidade (compreender)
A necessidade está ligada ao sentimento, por trás de todo sentimento existe uma necessidade e por trás de toda necessidade existe um sentimento. Quando alguém expressa suas necessidades com consciência, as chances de serem atendidas aumentam.
4. Pedido (argumentar)
Após manifestar o que estamos observando, é preciso fazer o pedido. É essencial expressar o que estamos pedindo de forma clara, positiva, consciente, assim garantindo que a mensagem enviada é a mesma recebida.
Dessa forma, se você não tiver certeza que seu pedido foi atendido, reformule o pedido para saber se foi compreendido. Se ainda tem dúvida, peça ao receptor da mensagem para repetir o que entendeu.
Quando outra pessoa não atende o pedido, a pessoa pode perceber a mensagem como uma exigência. Portanto, o pedido deve ser objetivo e bem definido com base na empatia.
A comunicação é um exercício diário e deve ser constantemente avaliada, pois, muitos problemas que acabam no RH poderiam ser resolvidos se o grupo estivesse praticando a Comunicação Não Violenta.